– Evy - Belle falou com uma cara mal humorada e desanimadora. - Você quebrou o braço, quem vai tocar?
– Eu. - Uma figura atrás da vocalista se manifestou, sendo que ninguém a notara antes.
– Quem é você? - Dani falou a encarando, achando ela familiar. - Mary?
– Sim! - Ela sorriu, fazendo Dani ficar bem feliz.
– Caramba! - A baixista correu pra abraçá-la. - Você tinha sumido, nem mandou uma carta ao menos.
– Pois é - Ela disse um pouco sem jeito.
– Mas quem é a Mary, não conheço... - Belle falou com uma expressão de perdida.
– Nossa amiga de infância. - Evelyn começou a explicar. - Nós até tínhamos uma bandinha, mas ela se mudou... Você não chegou a conhecê-la.
– Mas como achou a gente? - Dani perguntou curiosa.
– Eu estava na cidade e fiquei sabendo que a Evy quebrou o braço. Então procurei o número dela na lista telefônica e sugeri tocar guitarra na banda enquanto ela se recupera.
– Mas eu continuo cantando. - Evelyn acrescentou, pois não queria parecer inútil. - E vamos ter que pagar, a Mary não vai fazer isso de graça.
– Quanto? - Belle perguntou tentando se achar na conversa.
– 30 por demo, 40 por single ou faixa de álbum, 10 por cada música em show e 100 por álbum gravado.
– Porra, tudo isso... - Dani falou desanimada.
– São os tempos modernos Dani, o que posso fazer? - Mari falou sem expressão. - Tenho direito de ganhar bem também, sabe...
– Mas ela vai tocar apenas o que pedirmos e não vai interferir nas composições. - Evelyn falou, mesmo isso não mudando nada para as outras duas.
– Tudo bem, tudo bem... - Belle falou, tentando quebrar o gelo. - Vamos ensaiar ou não?
– Vamos. - Dani falou, já levantando da cadeira, enquanto Evelyn e Mary iam atrás delas.
– Então, estava compondo isso semana passada... - Dani falou, distribuindo algumas folhas para as colegas.
– Que ótimo, Dani! - Evelyn se empolgou, enquanto lia a folha dela. - Gostei da letra.
– Obrigada - Ela disse sorrindo de leve, enquanto voltava a falar. - Então, queria que ensaiássemos ela, só pra ver como fica.
– Tá bem. - Belle falou enquanto terminava de memorizar a parte dela.
– Vamos. - Dani falou, já levantando da cadeira, enquanto Evelyn e Mary iam atrás delas.
– Então, estava compondo isso semana passada... - Dani falou, distribuindo algumas folhas para as colegas.
– Que ótimo, Dani! - Evelyn se empolgou, enquanto lia a folha dela. - Gostei da letra.
– Obrigada - Ela disse sorrindo de leve, enquanto voltava a falar. - Então, queria que ensaiássemos ela, só pra ver como fica.
– Tá bem. - Belle falou enquanto terminava de memorizar a parte dela.
Evelyn tentou ajeitar o microfone, com um pouco de dificuldade.
– Quer uma ajuda, Evy? - Mary perguntou ao perceber.
– Não, obrigada. - Ela disse meio frustrada, pois não queria ser tratada diferente por estar com o braço engessado. - Eu estou bem.
– Ok... - Mary respondeu sem acrescentar mais nada, enquanto pegava uma palheta do bolso.
– E 1, 2, 3, 4... - Dani começou a falar.
E o ensaio começara.
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– Chega... - Evelyn falou, com um pouco de dor no braço. - Acho que já deu por hoje, vamos embora, por favor...
– Tá bem, Evy - Dani falou, com pena dela. - Tchau pra vocês...
Logo ela e Belle saíram do estúdio, enquanto Mary terminava de ajeitar algumas coisas.
– Você teve um ótimo desempenho, Mary. - Ela falou com um leve sorriso, enquanto observava ela arrumar algumas cordas.
– Obrigada, Evy... - Ela agradeceu enquanto se concentrava nas cordas desalinhadas.
Naquela mesma hora entrara uma mulher de uns prováveis 40 anos na sala. Era a secretária.
– Srta. Blen, tem alguém querendo falar com você. - Ela avisou, enquanto Evelyn deu de ombros.
– Aonde é o telefone? - Ela perguntou sem muita curiosidade.
– Não. - Ela corrigiu. - Lá fora.
– Ah sim... - Evelyn virou o olhar para Mary, que parecia ocupada. - Eu vou lá então, tá bem Mary?
– Sim, até mais... - Ela acenou, demostrando que estaria tudo bem.
– Ok, vamos lá. - Evelyn falou virando para a secretária, a acompanhando.
Apesar das dificuldades, ela estava até tranquila sobre a sua situação. Mary não era uma guitarrista medíocre e até poderia contribuir com algumas músicas, e talvez ela até poderia realizar uma vontade que queria: Fazer um show pendurada de cabeça pra baixo uma camisa de força.
"Até que foi útil isso..." Ela sorriu um pouco. "Mas ainda quero matar aquele merda do Keith."
E logo voltou a sentir um pouco de raiva.
E falando no diabo, olha só quem estava lá. Evelyn não ficou nada empolgada ao vê-lo.
– Oi Evelyn... - Ele disse acenando.
– O que você quer? - Ela disse friamente, queimando de ódio por dentro.
– Saber como você está.
– Bom, eu estou bem, ou estava antes de você aparecer.
– Hummmmm... Então você está melhor ainda?
– Não enche. Aliás, nem devia ficar atrás de mim, sabe. Se não fosse por esse gesso te dava um soco agora.
– Não faz mal, você fica sexy sendo violenta.
Evelyn lutou pra não corar, e então fez uma cara de desgosto.
– Ah, cala a boca. - Ela disse de mau humor. - Pare de me procurar, ok?
– E se fazendo de difícil também... - Ele comentou com uma cara maliciosa, o que irritava e excitava a garota mais ainda.
– Não vou perder meu tempo com você, até mais. Ela saiu de lá, mas Keith a seguiu. De novo.
– Escuta, por que você gosta tanto de me seguir, hein? - Ela perguntou, sem graça.
– É legal. - Foi o que apenas respondeu.
– Mas e se eu estiver indo pro inferno, você vai também?
– Eu vou pra lá mesmo sem depender de você, que diferença faz?
– Mas pra que você quer ficar atrás de mim, porra?
– É uma noite perigosa, principalmente para uma garota de braço engessado.
– Eu não ligo. Sei me defender.
– Mas com gesso vai ser complicado...
– Quer saber? Foda-se, se quer me seguir, que me siga.
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Pete estava sentado no sofá de sua sala, cantarolando qualquer coisa enquanto tomava uma latinha de cerveja. Tudo estava muito quieto, e solitário.
Mas logo a campainha tocou, interrompendo o silêncio.
– Já vai... - Ele disse arrumando forças pra se levantar, indo destrancar a porta.
Ao abrí-la, Dani o abraçou na hora e o beijou com vontade, fazendo-o ficar surpreso.
– Oi... - Ela sussurrou pra ele, enquanto pressionava seus lábios contra os dele. - Senti sua falta...
– Eu também. - Ele falou, sem parar de beijá-la.
– Nós mal tivemos tempo pra nós nesse mês... São tantas coisas e shows pra fazer...
– É complicado mesmo, mas então vamos aproveitar essa hora.
E ao dizer isso empurrou ela contra a parede, botando os braços em volta para impedir que ela escapasse (como se ela fizesse isso).
– Hum, mas quanta atitude hein...
Pete riu da cara maliciosa que ela fazia, excitado.
– Agora você está encurralada...
– Oh, mas eu sou uma moça indefesa, seja cuidadoso comigo por favor! - Ela falava de um jeito que poderia ser considerado dramático, se não estivesse rindo.
– Nananinanão mocinha... - Ele disse cada vez mais em clima de brincadeira. - Ninguém diz o que eu devo fazer.
Então ele a agarrou e começou a beijar, depois descendo os beijos para seu pescoço, enquanto Dani gemia incessávelmente.
Era uma noite pra se aproveitar, não?
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Mary estava terminando de arrumar suas coisas, até que ouviu alguns passos e uma voz familiar.
– Belle, você está aí? - É o que ela dizia.
Logo ela saiu do estúdio, olhando para o lado e viu quem era.
– Oi, Roger... - Ela disse com um jeito meio triste, sem fazer contato visual direto.
– Mary? - Ele olhou surpreso. - O que faz aqui?
– Fui contratada por uma amiga minha pra tocar guitarra na banda dela temporariamente, ela quebrou o braço e não pode tocar por um mês...
– Você conhece a, a... Evelyn, acho que esse é o nome dela...
– Claro, é a minha amiga de infância.
– Ah sim... Mas como você está?
– Com saudades...
Ele olhou para Mary desentendidamente.
– Desculpa, Mary... - Ele falou. - Estou interessada em uma outra garota agora.
– Volta comigo, por favor... - Ela tocou em seu rosto, alisando seus cabelos loiros.
– Não sei...
Mary tentou beijá-lo, mas logo foi interrompida por um...
– ROGER! - Grito. Era Belle, tinha voltado pro estúdio, pois esquecera seu casaco. - O que é isso?!
– Um casal voltando, não está vendo? - Mary falou enquanto tentava abraçar Roger, que a impedia.
– Mary... - Belle falou, quase vermelha de raiva. - Vamos lá fora... Pra conversar.
– Belle, não é isso que você está pensando. - Roger falou tentando impedi-las.
– Não importa, mas fica aí. - Belle falou, o encarando de um jeito raivoso. - É uma ordem.
Roger resolveu não discutir, ficando lá então. Belle levou Mary para o lado de volta do estúdio, com uma cara de ódio.
– E então? - Belle começou a reclamar. - O que há entre você e o Roger?
– Ele é meu ex. - Ela disse sem medo da baterista. - Mas eu ainda quero ele, por que quer saber?
– Desculpa, mas a fila andou...
– Como assim?
– O Roger quer a mim agora, foi mal... Perdeu sua chance.
– Haha, vai sonhando... Ele não resiste a mim.
– Ora sua...
Belle não se controlou, logo deu um soco na garota.
– Então você quer briga? - Mary gritou, passando a mão na parte do rosto onde Belle socara, e logo a socou também. - Pois briga você terá!
E então as duas começaram a se bater, puxar os cabelos, se chutar...
– BELLE! MARY! PAREM COM ISSO! - Roger gritou horrorizado com a cena, indo no meio delas impedindo que se batessem.
– Não me impeça, Roger! - Belle gritou endurecida, olhando para Mary com ódio.
– Esquece essa briga ridícula! - Mary rosnou. - Eu vou pra casa!
– Espera aí, Mary! - Roger falou preocupado.
– O que?! - Belle falou indignada. - Está mais preocupado com ela?! Ah, Roger Daltrey, seu canalha... Vou pra casa também, sozinha!
E Roger não soube qual das duas seguir, ficando sozinho no meio da entrada do estúdio.
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